Polícia prende trio e fecha abrigo clandestino com idosos cercados por fezes e urina no litoral de SP
15/08/2025
(Foto: Reprodução) Polícia prende trio e interdita abrigo clandestino que mantinha idosos entre urina e fezes no litoral de SP
Polícia Civil/Divulgação
Três mulheres, com idades entre 37 e 56 anos, foram presas em flagrante por manterem um abrigo clandestino em condições insalubres, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, oito idosos foram resgatados durante a operação, realizada em conjunto com órgãos municipais. O imóvel foi interditado.
A ação ocorreu na última quinta-feira (14), em um imóvel localizado na Rua Rio Grande do Sul, no bairro Jardim Cunhambebe, distrito de Vicente de Carvalho. O espaço funcionava sem alvará e não possuía registro no Conselho Municipal do Idoso.
A investigação começou após uma denúncia anônima de maus-tratos contra um idoso, confirmada pela Comissão de Fiscalização de Longa Permanência (Confilpi), que acionou a polícia. A prefeitura informou que a Secretaria de Direitos Humanos (Sedhuci) abriu um processo administrativo para apurar as violações.
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Ao entrarem no imóvel, as equipes encontraram oito idosos divididos entre dois quartos e uma sala, cercados por urina, fezes, fraldas sujas e sem qualquer condição mínima de higiene. Não havia acompanhamento médico, receitas, prontuários ou cuidadores capacitados.
Entre os casos mais graves estavam: um idoso com HIV utilizando uma sonda mal fixada com esparadrapo; um paciente com Alzheimer sem medicação adequada; e uma idosa vítima de AVC encontrada urinada na cama, sem fisioterapia ou controle de sinais vitais.
De acordo com a corporação, os medicamentos eram administrados sem critério, sem registros e sem supervisão de profissionais de saúde. O abrigo também não contava com médico, nutricionista, fisioterapeuta, nem sistema adequado de descarte de resíduos hospitalares.
As investigações apontaram que duas das mulheres presas já haviam sido interditadas anteriormente por manterem outro abrigo clandestino. Após a ação que fechou o primeiro endereço, elas transferiram os idosos para o novo imóvel na tentativa de escapar da fiscalização.
Ainda segundo a Polícia Civil, o trio vai responder pelo crime de maus-tratos a idosos, conforme previsto no artigo 99 do Estatuto do Idoso. A pena pode chegar a sete anos de detenção, dependendo da gravidade das lesões. As investigações continuarão para apurar todas as responsabilidades.
A operação contou com apoio da Delegacia de Defesa da Mulher, Guarda Civil Municipal, Vigilância Sanitária, Secretaria de Infraestrutura e profissionais da saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Alice, que realizaram os primeiros atendimentos às vítimas.
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