Polícia Civil ouve testemunhas e médica sobre caso de recém-nascida internada após banho no Acre

  • 26/06/2025
(Foto: Reprodução)
Delegado Vinicius Almeida foi ao Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, para ouvir a médica que deu alta para Aurora Mesquita antes do banho. Menina ficou com ferimentos nas pernas após tomar banho na maternidade no último domingo (22). Polícia Civil investiga caso de recém-nascida internada na UTI após banho A Polícia Civil do Acre começou a ouvir a equipe médica e testemunhas envolvidas no atendimento da recém-nascida Aurora Maria Oliveira Mesquita, de 6 dias, que pode ter sofrido queimaduras durante o banho na maternidade de Cruzeiro do Sul, interior do estado, no último domingo (22). A técnica de enfermagem que aparece nas imagens dando banho na menina deve ser ouvida nesta sexta-feira (27). 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp 👉 Contexto: O pai da menina, Marcos Silva Oliveira, registrou um boletim de ocorrência contra o hospital pelos ferimentos que, segundo ele, foram causados em Aurora após o uso de água quente no banho. Na segunda-feira (23), ela foi transferida para Rio Branco e encaminhada ao Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, na quarta (25), devido à gravidade do quadro. O Ministério Público do Acre (MP-AC) também investiga o caso. O delegado Vinicius Almeida esteve no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, onde a menina nasceu, nesta quinta-feira (26) para ouvir a equipe médica, testemunhas e demais envolvidos no caso. Em entrevista à Rede Amazônica Acre, o delegado contou que conversou com a médica que havia dado alta para a criança antes do banho. "A criança estava com alta. Segundo a médica, ela estava em perfeito estado de saúde. Ela só pediu que a criança esperasse para ter o banho tomado e ir limpa para casa, mas estava em perfeito estado de saúde", comentou ele. LEIA TAMBÉM: Recém-nascida internada na UTI após banho em maternidade no Acre: o que se sabe e o que falta esclarecer De acordo com o delegado, a médica também não descartou a possibilidade da bebê ter a epidermólise bolhosa. "Segundo essa pediatra, existiram dois casos aqui na maternidade que ficou constatada essa doença. Uma criança que hoje está com 13 anos e a Aurora poderia ser portadora dessa doença. No entanto, a Polícia Civil está apurando todas as possibilidades, seja dessa doença, seja da temperatura da água", disse ele. Vinícius informou que já foram ouvidas testemunhas que estavam no local, no dia do banho dado pela técnica de enfermagem, e as pessoas ouvidas confirmaram que a temperatura da água estava elevada. Polícia Civil fez averiguações na maternidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre Adelcimar Carvalho/g1/Arquivo "Testemunhas colocaram a mão na água e sentiram a temperatura realmente muito quente. Viram fumaça sair da água. Agora estamos aguardando o laudo, o diagnóstico de Rio Branco que verifica se essa criança é portadora de uma determinada doença ou são realmente queimadura diante do calor", acrescentou. O delegado contou que várias pessoas, inclusive a mãe da Aurora e a mãe de outra criança a tomar banho, perceberam a água muito quente. As duas inclusive tentaram alertar a funcionária sobre a questão. "Uma mulher de Marechal Thaumaturgo falou que o filho estava com a temperatura do corpo muito elevada. A mãe da Aurora ainda não foi ouvida porque não estava em condições psicológicas. Somente o pai, mas a mãe da recém-nascida teria saído da cama, colocado a mão na água que a filha estava sendo banhada e falou que a temperatura estava muito quente", destacou. Vinícius ressaltou que Aurora nasceu prematura. "Ela nasceu com 35 semanas, então, a própria condição de ter nascido antes do tempo faz com que aquela criança seja ainda mais frágil e, de repente, ainda não está 100% formada". VÍDEO: Família acusa hospital de causar queimaduras em bebê recém-nascida no AC Temperatura da água Ao ser questionado sobre como é medida a temperatura da água que os bebês tomam banho, o delegado informou que questionou a diretoria do hospital e foi esclarecido que o único meio de medir essa temperatura seria usando um termômetro, porém, essa prática não é utilizada no local. "A pergunta que fiz é: 'o que é utilizado para poder aferir essa temperatura?'. Obviamente, seria o termômetro, porém, parece que essa alternativa não estava sendo utilizada. Soubemos que existe um protocolo onde essa temperatura pode ser aferida pela própria técnica que está responsável pelo banho, utilizando aí o verso da mão ou que seja o cotovelo antes de colocar a criança na água", complementou. As apurações da polícia identificaram o chuveiro de onde veio a água para o banho dos recém-nascidos. O delegado relatou que foi constatado por um perito que a temperatura máxima atingida pelo aparelho chegou a 57ºC. "Não significa que essa é a temperatura que estava na água no momento do banho que a criança recebeu. Mas é certo que a temperatura máxima chega a 57 graus. É um chuveiro elétrico. Eu fiz essa pergunta porque imaginava que para estar numa temperatura tão elevada, poderia ser aquele aparelho boiler que é utilizado e aquecido pela luz solar e fica muito quente, mas não", indicou. Espera dos laudos Ainda conforme o delegado, o inquérito policial só será finalizado após a finalização de todos os laudos e constatação de todas as informações para a solução completa do caso. "Esperamos laudos do Instituto Médico Legal, do Hospital de Rio Branco e a meu ver, é um determinante para saber se essa criança é portadora dessa doença ou não e nós estamos também aguardando o laudo do Instituto de Criminalística com relação ao local dos fatos". Recém-nascida é transferida para hospital especializado em queimados Entenda o caso A pequena Aurora enfrenta uma grande batalha após um banho dado por uma enfermeira no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, no último domingo (22). É que, após o procedimento, a menina apresentou bolhas e parte da pele das pernas e pés descolou e ela precisou ser transferida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea para tratamento em Rio Branco. A Sesacre divulgou, na terça (24), que a servidora filmada dando banho na recém-nascida foi afastada do cargo e que foi aberto um procedimento administrativo disciplinar para apuração dos fatos. Na tarde desta quarta-feira (25), ela foi transferida de UTI aérea para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, Minas Gerais, considerado pela Sociedade Brasileira de Queimados um dos melhores centros de tratamento de queimaduras do país. A recém-nascida já passou pelos primeiros exames na manhã desta quinta-feira (26), após ter sido transferida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, na quarta (25). O Instituto de Genética do Norte (IGENN), em Rio Branco, coletou o material para biópsia, que deve ser feita em outro estado, para averiguar a suspeita de epidermólise bolhosa, hipótese levantada pela equipe médica ainda em Cruzeiro do Sul. Transferência foi feita em uma UTI aérea nesta quarta-feira (25) Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre MP vistoria maternidade Também nesta quinta-feira (26), o promotor André Pinho, a 1ª Promotoria Cível de Cruzeiro do Sul, e o Centro de Apoio Operacional da Saúde fizeram uma inspeção na maternidade para averiguar e fiscalizar os procedimentos adotados na condução de casos graves, como o da pequena Aurora. A gerente regional do hospital, Iglê Montes, acompanhou a visita. "Fiscalizamos todos os lugares do hospital, envolvendo ultrassom, centro cirúrgico, enfermaria e escalas para que o Hospital da Criança e Mulher do Juruá possa ofertar um melhor serviço à população de Cruzeiro do Sul e demais municípios", ressaltou. O Conselho Regional de Enfermagem do Acre (Coren) instaurou um processo de averiguação dos fatos para apurar a conduta da profissional que deu banho em Aurora. Uma equipe de fiscais do conselho irá para o interior para fazer diligências no hospital, avaliar o ambiente de trabalho e ouvir a profissional. "Se caso tenha ocorrido, de fato, um erro da profissional, será encaminhada para processo de julgamento ético, conforme as premissas do regional. Se não for, daremos a ela a legitima defesa da profissional. Não estamos condenando sem tem conhecimento. Em razão da gravidade do caso, já determinou essa investigação e o envio de equipes para as devidas providências", explicou o presidente do Coren, Adailton Cruz. VÍDEOS: g1 Instituto de Genética do Norte (IGENN), em

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/06/26/policia-civil-ouve-testemunhas-e-medica-sobre-caso-de-recem-nascida-internada-apos-banho-no-acre.ghtml


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