Evanildo Bechara, um dos maiores estudiosos da Língua Portuguesa e membro da ABL, morre aos 97 anos
22/05/2025
(Foto: Reprodução) Pernambucano, o gramático fez carreira no Rio de Janeiro, onde foi professor titular em duas universidades públicas. Já as obras de Evanildo Bechara ensinaram o Brasil inteiro. Morre Evanildo Bechara, um dos maiores estudiosos da Língua Portuguesa
Nesta quinta-feira (22), a Academia Brasileira de Letras perdeu um dos maiores estudiosos da língua portuguesa. Aos 97 anos, morreu Evanildo Bechara.
Um homem que amava as palavras. Especialmente as palavras em português. Evanildo Bechara conhecia nossa língua como poucos.
"É uma pena. Perdemos a nossa referência. Na minha opinião, o mestre dos mestres”, diz o professor de português Sérgio Nogueira.
Pernambucano, fez carreira no Rio de Janeiro, onde foi professor titular em duas universidades públicas. Mas as obras do mestre ensinaram o Brasil inteiro. Desde os estudantes até as pessoas que sabem muito português - os imortais da Academia Brasileira de Letras.
Foi presidente da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL. Traduzindo: o homem que tomava conta das palavras, juntando todas as que existem em uma obra grandiosa: o “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”.
Evanildo Bechara, um dos maiores estudiosos da Língua Portuguesa e membro da ABL, morre aos 97 anos
Jornal Nacional/ Reprodução
O conhecimento do professor era respeitado dos dois lados do oceano. Ele era membro da Academia de Ciências de Lisboa e doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra, em Portugal. Evanildo Bechara foi um dos principais defensores do acordo ortográfico, que entrou em vigor em 2009.
"Toda mudança traz, além da perplexidade, certa má vontade. Ninguém gosta de mudar os seus hábitos. Uma reforma ortográfica nunca é para geração que a faz, é para o futuro das gerações e o futuro da língua”, disse.
O mais novo imortal, Paulo Henriques Britto, lembrou a importância daquele que se foi:
"Eu tenho uma coisa pessoal com o professor Bechara, porque foi professor da minha mãe na escola normal nos idos dos anos 1940. Então, realmente, é uma tristeza. Uma grande perda para os estudos de gramática e linguística geral no Brasil”.
Evanildo Bechara foi um grande professor porque ensinava e aprendia ao mesmo tempo, a cada vez que ouvia alguém falar. Ele dizia:
"A língua não muda. Nós é que mudamos a língua”.
