Chefe de facção preso no Brasil por contrabando de ouro na Venezuela coloca tornozeleira em sósia e foge
25/05/2025
(Foto: Reprodução) Juan Gabriel Rivas Nunez, conhecido como 'Juancho', liderava a facção Banda de Juancho, uma das maiores organizações criminosas do estado Bolívar. Extradição para a Venezuela havia sido autorizada pelo STF Juan Gabriel Rivas Nunez, de 43 anos, conhecido como Juancho lidera a facção Banda de Juancho, na Venezuela e está foragido
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O chefe de facção Juan Gabriel Rivas Nunez, de 43 anos, preso por comandar um esquema de contrabando de ouro na Venezuela, fugiu após retirar a tornozeleira eletrônica e colocar em um sósia. Juancho, como é conhecido, cumpria prisão domiciliar na casa em que vivia, no Paraviana, bairro nobre de Boa Vista, na zona Leste.
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Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc), agentes foram até a casa em que Juancho vivia e encontraram um sósia dele com a tornozeleira que ele deveria estar usando.
🔎 Juan Gabriel agora está foragido. Ele é conhecido "Juancho" na Venezuela, onde lidera a facção Banda de Juancho, uma das maiores organizações criminosas do estado Bolívar, no país vizinho, com domínio sobre importantes minas de ouro da região da cidade venezuelana de Las Claritas. Ele é investigado por crimes como homicídio, tráfico de armas, extorsão e conflitos com comunidades indígenas, incluindo ataques ao povo Arawaco, em 2022.
⛏️ Segundo a Justiça venezuelana, Juancho chefiava uma quadrilha armada dedicada ao contrabando de ouro e outros materiais estratégicos. Juancho também é acusado de usar ao menos duas identidades falsas para fugir. A Venezuela o incluiu na lista de foragidos da Polícia Internacional (Interpol).
🔎 A prisão de Juan Gabriel no Brasil ocorreu em novembro de 2023. A extradição dele para o país natal já havia sido deferida pelo ministro Nunes Marques do Supremo Tribunal Federal (STF).
A fuga foi descoberta no dia 10 de maio deste ano, quando equipes da Central de Monitoramento Eletrônico (CME) foram à casa de Juancho onde morava com a esposa e quatro filhos na capital roraimense para trocar o equipamento.
No local, de acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc), os agentes encontraram outra pessoa com características parecidas com a de Juancho usando a tornozeleira e suspeitaram que Juan Gabriel não estava presente
Após isso, a Fiscalização da Central de Monitoração Eletrônica fez as verificações que constataram que era outra pessoa usando o equipamento. Antes da chegada dos agentes, o sósia já havia fugido do local sem o equipamento.
A ocorrência foi registrado na Polícia Federal e comunicado à Vara de Execuções Penais (VEP), além de ser informado ao STF.
Segundo a Sejuc, diligências seguem em andamento para localizar tanto Juan Gabriel quanto o sósia que utilizava a tornozeleira eletrônica no dia da fuga.
O caso também está sendo apurado com a empresa responsável pelo fornecimento do equipamento, para verificar se houve falha no monitoramento.
A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os crimes relacionados à fuga, incluindo possível falsidade ideológica e fraude na execução penal. A Corregedoria da Sejuc também acompanha o caso.
Extradição aprovada pelo STF
Quando foi preso, Juancho foi levado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) em cumprimento a um mandado expedido pela Superintendência da Polícia Federal em Roraima.
O governo da Venezuela havia solicitado formalmente a extradição, o que levou o Supremo Tribunal Federal a analisar o caso. Em abril de 2025, o ministro Nunes Marques deferiu o pedido, impondo condições como a não aplicação de penas proibidas pela legislação brasileira, como prisão perpétua, e o respeito ao limite de 30 anos de reclusão.
A entrega do venezuelano dependia de garantias formais do governo venezuelano. Em 5 de janeiro deste ano, a prisão preventiva foi convertida em prisão domiciliar com monitoração eletrônica, com base em decisão Justiça de Roraima, na Comarca de Boa Vista.
Após ser liberado por alvará de soltura e iniciar a prisão domiciliar, manteve o bom comportamento até abril deste ano, quando passou a ter violações registradas no sistema. A conduta foi reclassificada como “regular”, voltando a ser considerada “boa” em fevereiro, e, após a fuga, “má”.
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